quinta-feira, 31 de março de 2011

O prazer de ler estendido a um país inteiro

Tradicionalmente dinamizada no mês de Março, a Semana da Leitura tem procurado envolver, numa celebração festiva da leitura e do livro, docentes, alunos, pessoal não docente e encarregados de educação.
No ano 2011, a 5.ª Semana da Leitura, que decorreu durante a última semana, resultou de uma iniciativa do Plano Nacional de Leitura (PNL), em parceria com a Sociedade Portuguesa de Ciências Florestais e a Ordem dos Engenheiros, e pretendeu centrar-se na relação leitura – energia – floresta.
Neste âmbito, e em articulação transversal com o currículo, foram propostos pelo PNL desafios às escolas a partir de um conjunto de motes: Florestas de Leituras; Ler+ Verde; Ler+ na floresta é para todos; Ler+ é +Vida; Circuitos de Leitura; Florestas de Livros; Leituras luminosas; Ler+ com energia; Choques de Leituras; e Árvores de Livros.
A partir destes motes, cada escola organizou e planificou a sua Semana da Leitura de modo a contemplar a dinamização de iniciativas e de actividades em torno da floresta e das árvores, da biodiversidade e das energias renováveis. Num verdadeiro desafio à imaginação e à criatividade, muitas das actividades que foram realizadas procuraram promover a leitura e educar para a sustentabilidade, envolvendo de Norte a Sul as crianças e os jovens de todos os níveis de ensino, os pais e todos os docentes das diversas áreas disciplinares.
Nas bibliotecas, foram facultados ambientes educativos em que a leitura e os livros estiveram “de mãos dadas” com actividades e iniciativas de promoção, de defesa e de preservação do ambiente. Durante a última semana, as escolas para além de terem promovido a leitura assinalaram o Ano Internacional das Florestas formando para a promoção, defesa e preservação do ambiente e para a sustentabilidade, com recurso a especialistas, a palestras e a tertúlias. Realizaram-se múltiplas actividades de leitura e de escrita nas salas de aula, nomeadamente nas aulas de Área de Projecto e de Formação Cívica, que num verdadeiro exercício de cidadania culminaram, muitas vezes, em verdadeiros workshop’s. Também se realizaram concursos, jogos, exposições, dramatizações, hora do conto, encontros com escritores, feiras do livro e outras iniciativas, algumas delas no exterior do espaço escolar, tais como: marchas pela leitura e actividades variadíssimas, nomeadamente nas ruas, em cafés e jardins, o que permitiu que o livro, a leitura e o prazer de ler se estendessem a um país inteiro.
Ao longo da Semana da Leitura, mereceram um destaque especial as feiras do livro que se realizaram em muitas escolas. Palmeira não foi excepção e também promoveu duas feiras do livro: uma na Biblioteca da Escola EB 2,3 e outra na Biblioteca da Escola EB1 de Dume.
Apesar dos convites e dos apelos feitos aos pais para que visitassem as feiras do livro, acompanhando os seus filhos, verifiquei que estes aderiram pouco a esta iniciativa. Contudo, nunca será demais solicitar aos pais que ofereçam livros aos seus educandos. A oferta de livros incentiva à leitura e ao desenvolvimento dos hábitos de leitura que passam, principalmente, pelo apoio e pelo acompanhamento das crianças feito no seio familiar. Ao fazê-lo, os pais criarão nos filhos “o bichinho da leitura”.
No entanto, uma criança deverá ter regras muito precisas de modo a garantir-se que não lhe falte tempo para ler. Assim, não poderá estar permanentemente a ver televisão, a jogar ininterruptamente no computador ou agarrada a uma playstation durante horas a fio a deixar-se tomar pela obesidade. Muito menos entregue a si própria e sem qualquer controlo parental acedendo livremente à internet e perdendo-se inocentemente nos “likes” do “facebook” e até noutros labirintos.
Defendo que as crianças devem brincar e ter muito tempo livre para o fazer. Mas a formação da personalidade crítica, criativa e consciente das nossas crianças e dos nossos jovens deve passar, necessariamente, pelo desenvolvimento das literacias, promovendo-se a formação de leitores para a vida.
Como não queremos uma “geração rasca”, formar para a cidadania é uma exigência e um desafio constante que se coloca à escola em geral e, em particular, aos pais.
José Guimarães Antunes

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